Equipes econômicas de Lula e Trump se reúnem após encontro dos presidentes na Malásia para discutir barreiras comerciais e cooperação industrial
Reunião entre Donald Trump e Lula na Malásia, em 26 de outubro de 2025. Foto: Ricardo Stuckert/PR

Reunião entre Donald Trump e Lula na Malásia, em 26 de outubro de 2025. Foto: Ricardo Stuckert/PR
Após o encontro entre o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente norte-americano Donald Trump neste domingo (26), em Kuala Lumpur, as equipes econômicas do Brasil e dos Estados Unidos iniciam nesta segunda-feira (27) uma nova rodada de negociações para revisar o chamado “tarifaço” — conjunto de taxas impostas nos últimos anos sobre produtos agrícolas e industriais entre os dois países.
Diálogo após encontro presidencial
Segundo o Itamaraty, a reunião entre Lula e Trump marcou o reinício de um canal de diálogo direto sobre comércio exterior, investimentos e meio ambiente. A conversa ocorreu durante o Fórum Econômico Asiático, na Malásia, e sinalizou disposição de ambos os governos em buscar acordos que reduzam as tensões comerciais acumuladas desde 2019.
Revisão das tarifas
Fontes do Departamento de Estado dos EUA e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC) confirmaram que técnicos dos dois países discutirão a eliminação gradual de tarifas sobre aço, etanol e produtos agrícolas. O Brasil também pretende negociar condições mais favoráveis para exportações de veículos e componentes industriais.
Objetivo das negociações
De acordo com diplomatas envolvidos nas tratativas, o objetivo é construir um acordo comercial de médio prazo que garanta previsibilidade e amplie o fluxo bilateral de investimentos. “Os dois países têm interesse em reequilibrar o comércio e modernizar suas relações econômicas”, afirmou um assessor do Itamaraty.
Clima político positivo
Apesar das diferenças ideológicas entre Lula e Trump, ambos os governos classificaram o encontro como “respeitoso e produtivo”. O Palácio do Planalto destacou, em nota, que o Brasil “está aberto ao diálogo com todos os parceiros estratégicos”, enquanto a Casa Branca enfatizou o compromisso com a estabilidade comercial nas Américas.
Próximos passos
A primeira rodada técnica acontece em Washington, com a presença de representantes dos ministérios da Fazenda, Relações Exteriores e Indústria. Um novo encontro deve ocorrer em Brasília no início de novembro para assinatura de memorandos sobre cooperação tecnológica e investimentos em energia limpa.
Impactos esperados
Analistas acreditam que o entendimento entre Brasil e Estados Unidos poderá reduzir custos de importação e estimular o comércio bilateral. “Se houver redução tarifária, o impacto será imediato para setores como o agrícola e o siderúrgico”, avaliou o economista Sérgio Vale, da MB Associados.
Fontes: Itamaraty, Departamento de Estado dos EUA, MDIC, BBC Brasil.
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