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Flávio Bolsonaro pede ataque dos Estados Unidos ao Brasil


Senador defende envio de embarcações norte-americanas ao Rio de Janeiro para suposto combate ao tráfico

O senador Flávio Bolsonaro e o presidente dos EUA Donald Trump. Fotos: Geraldo Magela/Agência Senado e ANDREW CABALLERO-REYNOLDS / AFP


Brasília (DF), 23 de outubro de 2025 — O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) causou grande repercussão ao sugerir que os Estados Unidos deveriam enviar navios de guerra ao Rio de Janeiro com o suposto objetivo de combater o tráfico de drogas. A declaração, feita em entrevista a um canal bolsonarista, gerou indignação entre autoridades e especialistas em direito internacional, que classificaram a fala como uma afronta à soberania nacional.

Declaração gera críticas no Congresso

Parlamentares de diferentes partidos condenaram a fala do senador. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou que “a sugestão é inaceitável e atenta contra os princípios constitucionais de independência nacional”. Já o senador Randolfe Rodrigues (sem partido-AP) declarou que “quem pede intervenção estrangeira não defende o Brasil, defende interesses alheios”.

Justificativa e reação pública

Em postagem nas redes sociais, Flávio tentou minimizar o impacto da fala, dizendo que foi “mal interpretado” e que apenas queria “expor a gravidade do tráfico internacional de drogas”. Apesar disso, a repercussão negativa foi imediata, com protestos de juristas e militares da reserva. O termo “Ataque dos EUA” chegou ao topo dos trending topics no X (antigo Twitter).

Especialistas alertam para risco diplomático

Segundo o professor de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB), André Carvalho, a declaração “viola princípios básicos do direito internacional”. Ele afirmou que “nenhum parlamentar deveria sugerir ação militar estrangeira em território nacional — isso fere a soberania e coloca em xeque a imagem do país no exterior”.

Reação do Itamaraty e do governo

O Ministério das Relações Exteriores evitou comentar diretamente o caso, mas fontes internas informaram que “não há qualquer tratativa com o governo norte-americano sobre operações conjuntas no Brasil”. Integrantes do Palácio do Planalto classificaram a fala como “irresponsável e perigosa”.

Estados Unidos se posicionam

Em nota oficial, a Embaixada dos EUA no Brasil declarou que “não comenta declarações individuais de políticos” e reforçou que “as relações entre Brasil e Estados Unidos se baseiam em respeito mútuo e cooperação diplomática”. O comunicado foi publicado no site da Embaixada dos EUA no Brasil.

Histórico e contexto político

Flávio Bolsonaro é investigado em diferentes inquéritos relacionados a irregularidades em seu mandato e à suposta participação de aliados do ex-presidente Jair Bolsonaro em tentativas de golpe. O tom da fala é interpretado por analistas como uma estratégia para mobilizar a base mais radical do bolsonarismo.

Impactos e desdobramentos

A Comissão de Relações Exteriores do Senado deverá discutir o episódio nos próximos dias. Especialistas acreditam que o caso pode abrir precedente para novas discussões sobre os limites da imunidade parlamentar e o uso político de declarações públicas.

Fontes: Agência Brasil, G1, CNN Brasil, Folha de S.Paulo


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