Encontro entre líderes ocorrerá durante a cúpula da ASEAN, na Malásia, e deve discutir barreiras comerciais impostas pelos EUA
Foto: Mark Garten/ONU
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, confirmou nesta sexta-feira (25) que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva durante a cúpula da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN), na Malásia. Em declarações à imprensa, Trump afirmou que está “aberto ao diálogo” sobre a redução das tarifas de importação aplicadas a produtos brasileiros, mas condicionou qualquer decisão às “circunstâncias corretas” e ao “interesse nacional americano”.
Tarifas continuam afetando exportações brasileiras
As tarifas impostas pelos Estados Unidos em 2024 sobre aço, alumínio e produtos agrícolas continuam prejudicando as exportações brasileiras. Segundo levantamento da Confederação Nacional da Indústria (CNI), as perdas acumuladas superam US$ 3,8 bilhões desde a adoção das medidas protecionistas.
Brasil busca flexibilização imediata
Fontes do Itamaraty afirmam que a diplomacia brasileira tentará negociar uma flexibilização parcial do tarifário ainda neste semestre. O governo brasileiro considera o gesto fundamental para reequilibrar o fluxo comercial e reduzir os impactos sobre a indústria nacional.
Trump cita pragmatismo econômico
Durante coletiva em Kuala Lumpur, Trump afirmou que sua prioridade é proteger empregos americanos, mas reconheceu que “o Brasil é um parceiro importante, com quem os Estados Unidos podem encontrar pontos de convergência”. O presidente norte-americano ressaltou que “acordos inteligentes beneficiam ambos os lados quando há transparência e reciprocidade”.
Lula aposta em diplomacia direta
Antes da viagem, Lula declarou que pretende “colocar os problemas na mesa” e buscar um entendimento que beneficie ambos os países. O presidente brasileiro vem defendendo uma política de diálogo direto com Washington, destacando a importância de fortalecer relações comerciais sem imposições unilaterais.
Economistas veem oportunidade de reaproximação
Para o economista João Borges, “a postura de Trump demonstra pragmatismo e sinaliza que a retomada do diálogo é possível, desde que o Brasil adote uma posição firme e diplomática”. Ele avalia que a cúpula da ASEAN pode servir de cenário para uma reaproximação entre as duas maiores economias do hemisfério ocidental.
Temas ambientais e tecnológicos em pauta
Além das tarifas, o encontro deve abordar cooperação tecnológica, energia limpa e políticas ambientais. O Brasil busca apoio para ampliar investimentos em biocombustíveis e infraestrutura sustentável, áreas que também interessam aos EUA no contexto da transição energética global.
Expectativa por acordo comercial
A comitiva brasileira acredita que uma sinalização positiva de Trump pode destravar futuras negociações bilaterais. Caso contrário, o impasse tarifário continuará pesando sobre o crescimento industrial e a competitividade das exportações brasileiras.
Impactos para o público e para o mercado
Se houver avanço, especialistas apontam reflexos diretos na geração de empregos e na redução de custos de produção. No entanto, se as condições exigidas por Trump forem rígidas, o Brasil poderá buscar alternativas em outros blocos econômicos, como o Mercosul e o BRICS.
Fontes: BBC Brasil, CNI, Itamaraty, G1.
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