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Trump “virou a página” sobre Bolsonaro, afirma ex-embaixador dos EUA no Brasil

 


Thomas Shannon diz que o ex-presidente americano agora foca na economia e não deve mais interferir em assuntos internos do Brasil

Foto: RS/Fotos Públicas


O ex-embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, afirmou nesta sexta-feira (25) que Donald Trump “virou a página” em relação ao ex-presidente Jair Bolsonaro. Em entrevista à BBC Brasil, Shannon explicou que Trump, concentrado em sua campanha e na retomada econômica americana, não demonstra mais interesse em interferir diretamente em questões políticas do Brasil. No entanto, o diplomata alertou que as sanções a autoridades brasileiras envolvidas em atos antidemocráticos devem continuar.

Ex-diplomata aponta mudança de foco em Washington

Segundo Shannon, que foi embaixador em Brasília entre 2010 e 2013 e conselheiro político do Departamento de Estado, a nova postura de Trump reflete uma prioridade clara: “Ele está voltado para dentro, para os Estados Unidos, especialmente em temas econômicos e eleitorais.” O ex-embaixador destacou que, embora Trump mantenha contato com alguns aliados no Brasil, seu foco é a política doméstica americana.

Sanções contra autoridades brasileiras continuam

Apesar do afastamento pessoal de Trump em relação a Bolsonaro, Shannon afirmou que as sanções aplicadas a brasileiros envolvidos em ataques à democracia continuarão. “Os mecanismos de sanção são institucionais, não dependem da vontade pessoal do presidente. Há um compromisso do Congresso americano com a proteção das instituições democráticas”, disse o diplomata.

Bolsonaro ainda é visto com cautela nos EUA

Nos bastidores diplomáticos, o ex-presidente Jair Bolsonaro ainda desperta atenção, mas com menor intensidade. Fontes do Departamento de Estado dos EUA indicam que o Brasil é observado por sua estabilidade política, especialmente após os episódios de 8 de janeiro de 2023.

Analistas avaliam novo cenário

Para o analista de política internacional Paulo Kramer, a fala de Shannon indica “um realinhamento pragmático” da diplomacia americana. “Os Estados Unidos estão interessados em negócios, não em ideologias. O Brasil continua sendo importante, mas agora sob uma ótica mais econômica e menos política”, observou.

Relação entre os países tende a se estabilizar

A relação entre Brasil e Estados Unidos deve manter o pragmatismo comercial. O governo Lula busca ampliar investimentos em energia limpa e tecnologia, enquanto o governo americano aposta em acordos que favoreçam exportações agrícolas e minerais.

Trump e Bolsonaro: aliança que perdeu fôlego

Durante seus mandatos, Bolsonaro e Trump mantiveram uma relação de afinidade política. No entanto, com a mudança de cenário global e os desafios econômicos internos, essa aproximação perdeu força. “Trump agora olha para o futuro, e esse futuro não inclui Bolsonaro como prioridade”, resumiu Shannon.

Implicações para a política brasileira

A redução da influência de Trump sobre setores conservadores no Brasil pode alterar a dinâmica política nas eleições municipais e nacionais. Analistas acreditam que o discurso de alinhamento automático aos EUA perde força diante de uma realidade global mais multipolar.

Fontes: BBC Brasil, Departamento de Estado dos EUA, O Globo.

 

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