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A China está vencendo a guerra comercial, aponta The Economist


Revista britânica afirma que Pequim superou os Estados Unidos em inovação tecnológica e influência no comércio global

Thomas Peter-Pool/Getty Images

A revista britânica The Economist publicou nesta sexta-feira (25) um relatório que aponta a China como a principal vencedora da guerra comercial iniciada há mais de cinco anos com os Estados Unidos. O estudo destaca que o país asiático conseguiu reverter sanções, ampliar exportações estratégicas e consolidar sua liderança em setores de alta tecnologia, consolidando uma nova ordem global de comércio.

Retaliações chinesas mudaram o jogo

Segundo a publicação, as medidas adotadas por Pequim em resposta às tarifas impostas por Washington se mostraram mais eficazes do que o esperado. A China redirecionou exportações para países emergentes, firmou novos acordos bilaterais e passou a dominar cadeias de produção essenciais, como semicondutores, baterias e energia verde. “Enquanto os EUA apostavam em contenção, a China apostou em expansão”, diz o relatório.

Exportações e acordos recordes

Os dados compilados pela The Economist mostram que, entre 2019 e 2024, as exportações chinesas cresceram 38%, enquanto as americanas registraram aumento de apenas 12%. Nesse período, Pequim firmou 23 novos acordos de livre comércio, incluindo parcerias estratégicas com o Sudeste Asiático, África e América Latina. O avanço consolidou o país como o maior parceiro comercial do mundo.

Inovação e tecnologia impulsionam o domínio chinês

O domínio tecnológico foi outro fator decisivo. A China se tornou líder global na produção de painéis solares, veículos elétricos e equipamentos de telecomunicação. Empresas como Huawei, BYD e CATL ultrapassaram concorrentes ocidentais, ampliando a dependência internacional de produtos fabricados no país.

Estados Unidos perdem influência no comércio global

Para analistas da revista, a estratégia americana de sanções e contenções tecnológicas não atingiu o objetivo. “Os Estados Unidos tentaram isolar a China, mas acabaram incentivando a criação de uma economia paralela mais autossuficiente”, aponta o relatório. A publicação destaca que o dólar perdeu parte da força em transações comerciais asiáticas, substituído por moedas locais ou pelo yuan digital.

Nova ordem econômica multipolar

O estudo também ressalta o fortalecimento dos blocos alternativos liderados por Pequim, como os BRICS+, que incorporaram novos países em 2024. A China, segundo a revista, agora influencia diretamente políticas comerciais na África e na América do Sul, estabelecendo uma rede de dependência produtiva e tecnológica.

Impactos nas economias ocidentais

O relatório alerta que a perda de competitividade dos Estados Unidos e da Europa poderá causar impactos de longo prazo, incluindo inflação estrutural, escassez de insumos e aumento de custos industriais. “O mundo já não gira em torno de Washington, mas de uma teia global que passa por Pequim”, conclui o texto da The Economist.

Pequim reforça discurso de estabilidade

O governo chinês celebrou os resultados com declarações do Ministério do Comércio, afirmando que “a nova era do comércio mundial é baseada na cooperação e não na dominação”. Autoridades de Pequim destacaram que o país continuará a expandir investimentos em energia limpa, tecnologia e infraestrutura global.

Fontes: The Economist (https://www.economist.com), Bloomberg (https://www.bloomberg.com), Reuters (https://www.reuters.com)


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