Assessor especial do presidente afirma que encontro com o ex-presidente americano, na Malásia, buscará fortalecer o diálogo e ampliar o comércio entre os países
Foto: Seth Wenig/AFP e Ricardo Stuckert/PR
Foto: Seth Wenig/AFP e Ricardo Stuckert/PR
O assessor especial da Presidência da República, Celso Amorim, afirmou nesta sexta-feira (25) que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva “não vai dar lições a Donald Trump” durante o encontro previsto para este fim de semana, na Malásia. Segundo Amorim, o objetivo da reunião é estabelecer uma relação de respeito mútuo e discutir oportunidades comerciais entre Brasil e Estados Unidos.
Reunião ocorre em meio a reaproximação diplomática
O encontro foi confirmado pelo Itamaraty como parte da agenda de Lula durante o Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (APEC), que ocorre em Kuala Lumpur. De acordo com Amorim, a conversa deve girar em torno de temas econômicos e da necessidade de cooperação em áreas estratégicas, como energia limpa e investimentos agrícolas.
“Não se trata de confronto, mas de diálogo”, diz Amorim
Em entrevista à BBC Brasil, o diplomata afirmou que “Lula sempre defendeu o diálogo como caminho para a paz e o desenvolvimento”. Ele destacou que o presidente brasileiro espera de Trump “o mesmo respeito e abertura que demonstra ao abordar outros líderes mundiais, independentemente de diferenças ideológicas”.
Comércio e meio ambiente na pauta
Fontes do Ministério das Relações Exteriores informaram que a delegação brasileira pretende discutir acordos de exportação de biocombustíveis, soja e produtos de tecnologia sustentável. O governo também deve apresentar propostas de cooperação ambiental, buscando atrair investimentos norte-americanos em projetos de energia renovável no Brasil.
Lula busca equilíbrio nas relações internacionais
Celso Amorim ressaltou que a política externa do governo brasileiro “não é de alinhamento automático com nenhuma potência”, mas de “autonomia e pragmatismo”. Ele lembrou que Lula já manteve conversas com Joe Biden e Xi Jinping em busca de uma política comercial equilibrada e que o diálogo com Trump “segue o mesmo princípio de soberania”.
Trump sinaliza interesse em cooperação agrícola
De acordo com fontes próximas ao ex-presidente americano, Trump pretende propor acordos para ampliar a importação de commodities brasileiras e discutir a redução de tarifas bilaterais. O empresário, que volta a disputar a presidência dos Estados Unidos, tenta demonstrar disposição em restabelecer pontes com o governo brasileiro.
Expectativa de tom amistoso e pragmático
O Itamaraty prevê um encontro de perfil técnico e cordial, sem declarações políticas públicas. Amorim afirmou que o Brasil “busca manter uma diplomacia de resultados, não de discursos”. Segundo ele, “a relação entre Lula e Trump será tratada com maturidade e foco em interesses mútuos”.
Brasil reforça papel global de mediador
Analistas avaliam que a reunião reforça a imagem do Brasil como ator diplomático independente, capaz de dialogar com diferentes correntes ideológicas. O gesto, segundo especialistas, pode fortalecer a posição do país em fóruns internacionais e abrir novas portas para acordos comerciais estratégicos.
Fontes: BBC Brasil (https://www.bbc.com/portuguese), G1 (https://g1.globo.com), CNN Brasil (https://www.cnnbrasil.com.br)
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