Estudo do BNDES e novas ações da Petrobras mostram como o Brasil prepara sua frota e seus portos para combustíveis de baixo carbono
Brasil acelera a modernização de estaleiros e navios, investindo em combustíveis renováveis e tecnologias de baixo carbono para atender às novas metas climáticas globais (Foto: Divulgação )
Brasil acelera a modernização de estaleiros e navios, investindo em combustíveis renováveis e tecnologias de baixo carbono para atender às novas metas climáticas globais (Foto: Divulgação )
O setor naval brasileiro entrou em uma nova fase voltada para a sustentabilidade e a transição energética. De acordo com um estudo divulgado nesta sexta-feira (25) pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), o país avança na adoção de biocombustíveis, hidrogênio verde e gás natural liquefeito (GNL) em embarcações e operações portuárias. A iniciativa integra o plano nacional de descarbonização da indústria e segue as metas climáticas assumidas pelo Brasil no Acordo de Paris.
Investimentos em inovação e sustentabilidade
Segundo o relatório do BNDES, os investimentos em projetos de energia limpa no setor marítimo devem ultrapassar R$ 40 bilhões até 2030. O estudo aponta que o país está entre os cinco com maior potencial para desenvolver tecnologia naval sustentável, especialmente por sua matriz energética renovável e pela capacidade de produção de biocombustíveis avançados.
Petrobras assume papel estratégico
A Petrobras anunciou recentemente a criação de um programa voltado ao uso de combustíveis de baixo carbono em navios de transporte e plataformas. A estatal já iniciou testes com biodiesel marítimo e GNL em embarcações de apoio offshore. Segundo o diretor de Transição Energética da empresa, Maurício Tolmasquim, “a meta é reduzir em 30% as emissões até 2030 e atingir neutralidade climática até 2050”.
Portos brasileiros se adaptam à nova realidade
Além das frotas, os principais portos do país — como Santos, Suape e Rio Grande — estão implementando sistemas de energia solar, eletrificação de guindastes e abastecimento com biocombustíveis. O objetivo é transformar os terminais em “portos verdes”, capazes de operar com menor pegada de carbono e atender exigências internacionais de sustentabilidade.
O papel das políticas públicas
O governo federal tem incentivado o avanço por meio do Plano Nacional de Hidrogênio (PNH) e de programas do Ministério de Portos e Aeroportos. A ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, destacou que “o Brasil reúne condições únicas para liderar a descarbonização naval da América Latina”.
Brasil busca competitividade global
Com o aumento das exigências da Organização Marítima Internacional (OMI), o país se posiciona como um dos protagonistas da transição energética global. A OMI determinou que o transporte marítimo reduza em 50% suas emissões de carbono até 2050, o que tem impulsionado investimentos em novas tecnologias de propulsão e eficiência energética.
Empresas privadas aderem à agenda verde
Grupos nacionais e estrangeiros com operações no Brasil, como Wilson Sons e Maersk, já anunciaram planos de renovação de frota e substituição de combustíveis fósseis por biometano e metanol verde. A tendência é que, até 2035, mais de 60% das embarcações que operam em portos brasileiros utilizem combustíveis de baixa emissão.
Impactos econômicos e ambientais
O estudo do BNDES projeta que a adoção de energia limpa no setor naval poderá gerar 100 mil empregos diretos e indiretos até o fim da década. Além de reduzir custos operacionais, a iniciativa reforça o papel do Brasil como exportador de tecnologia e liderança ambiental no hemisfério sul.
Fontes: BNDES (https://www.bndes.gov.br), Petrobras (https://petrobras.com.br), Agência Brasil (https://agenciabrasil.ebc.com.br)
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