Crime bizarro em Três Lagoas: suspeita com tornozeleira elétrica é presa em flagrante sob alegação de possessão espiritual
Mulher foi morta dentro de casa - Foto: Reprodução
Mulher foi morta dentro de casa - Foto: Reprodução
Três Lagoas (MS), 21 de outubro de 2025 — Uma mulher de 43 anos foi presa em flagrante na tarde desta terça-feira em Três Lagoas, Mato Grosso do Sul, após matar sua companheira de 46 anos dentro da loja onde trabalhavam juntas, alegando que a vítima estava “possuída por espíritos” e que tentava “retirá-los” do corpo.
A dinâmica do crime
Segundo a polícia, a suspeita reagiu a uma agressão da vítima, que teria lhe ferido na mão com uma faca, e em seguida aplicou estrangulamento até a morte. Durante o interrogatório ela afirmou que acreditava que a vítima estava com “espíritos incorporados” e que sua ação era uma “libertação espiritual”.
Perfil das envolvidas
A vítima e a agressora mantinham relação há cerca de dois anos e moravam juntas no bairro Jardim Imperial. A mulher de 43 anos já utilizava tornozeleira eletrônica, indicativo de passagens anteriores pela polícia.
Motivações misturadas
Além dos supostos indícios de “posse espiritual”, o crime envolve histórico de violência doméstica, ciúme e litígios internos. A conjunção de delírio religioso, dependência mútua e agressão prévia torna o episódio ainda mais grave no contexto de violência entre mulheres.
Investigações e procedimento policial
A Polícia Civil do MS abriu inquérito para apurar homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e ainda “tentativa de exorcismo” como circunstância agravante. A suspeita permanece presa e deverá responder também por feminicídio, dada a natureza da relação de afeto.
Repercussão social
O caso chocou a comunidade local e reacendeu o debate sobre violência de mulheres contra mulheres, que embora seja menos visibilizada, exige atenção específica. Organizações de defesa dos direitos LGBTQIA+ lembram que a vulnerabilidade aumenta quando há laços afetivos e dependência econômica.
Contexto legal
No Brasil, o homicídio de parceiros ou parceiras com quem se convive pode ser enquadrado como feminicídio, previsto na Lei 13.104/2015. A situação ganha relevo quando a vítima é mulher e o agressor ou agressora se vale da relação íntima para praticar o crime.
Impactos e reflexões
O episódio mostra como fatores como religião, saúde mental, violência doméstica e poder simbólico se entrelaçam em tragédias. A invisibilidade de dados sobre violência entre mulheres dificulta políticas eficazes. É urgente que o Estado promova proteção específica para todas as formas de relacionamento afetivo.
Fontes: A Tarde, Metrópoles, Correio do Estado
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