Confissão sobre tornozeleira e vigilância convocada por Flávio azedam articulações e fragilizam projetos no Congresso
IMAGEM: REPRODUÇÃO WEB

A prisão preventiva de Jair Bolsonaro provocou uma reviravolta imediata nas estruturas do centrão, afetando alianças e estratégias de sobrevivência política. A confissão do ex-presidente e o protagonismo de Flávio Bolsonaro ao mobilizar vigília expuseram o núcleo duro do bolsonarismo, colocando o senador sob o olhar atento do STF. O episódio desestabilizou a agenda da anistia parlamentar, até então vista como salvação para aliados.
No Congresso, deputados do centrão passaram a analisar riscos de serem contaminados pela crise familiar, especialmente após a confissão de tentativa de romper a tornozeleira. O ambiente azedou entre lideranças, e defensores da anistia começaram a recuar temendo repercussão pública negativa e investigações do STF sobre o entorno bolsonarista.
Especialistas em política afirmam que a vigilância midiática encabeçada por Flávio pode ser interpretada como afronta institucional, ampliando o range de investigações e potencializando impacto não só na família, mas em aliados próximos da base governista e do centrão.
Setores mais pragmáticos do Congresso já buscam dissociação, enquanto alas bolsonaristas tentam manter discurso de unidade sob pressão, ignorando isolamentos que ganham força a cada novo episódio. O debate ultrapassou os corredores do Legislativo, alimentando discussões sobre responsabilidade penal coletiva.
Juristas defendem que a crise abre precedente negativo para concessão de anistias e pode fortalecer demanda por endurecimento do combate à impunidade, inclusive para parlamentares. Movimentos sociais acompanham atentos, cobrando que nenhuma blindagem seja garantida no calor das delações e das investigações.
A confissão de Bolsonaro e o ativismo de Flávio expõem o centrão a um dilemma: seguir alinhado ao grupo ou buscar proteção institucional por meio de distanciamento. O resultado dessa nova configuração pode redesenhar majoritariamente as forças do Congresso nos próximos meses.
Fontes: Agência Brasil, G1, Folha, Brasil 247
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