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CPMI do INSS rejeita convocação de Frei Chico, irmão do presidente Lula


Decisão divide opiniões no Congresso e nas redes; direita acusa blindagem, enquanto esquerda fala em tentativa de politização da comissão.

Foto: Ricardo Stuckart

Brasília — A Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do INSS rejeitou nesta quarta-feira (16) o pedido de convocação de Frei Chico, irmão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), para prestar depoimento no colegiado que investiga irregularidades no Instituto Nacional do Seguro Social. A decisão reacendeu a disputa política entre governistas e oposicionistas, que travam uma batalha narrativa em torno da investigação.

A proposta de convocação partiu de parlamentares da oposição, que alegam haver indícios de influência política em decisões administrativas dentro do órgão. Os governistas, por sua vez, reagiram afirmando que a tentativa de incluir Frei Chico no rol de depoentes tinha apenas caráter político e visava atingir o governo Lula indiretamente.

Com maioria simples, a base aliada conseguiu barrar o requerimento, que acabou sendo rejeitado por 17 votos a 11. O resultado gerou comemoração entre senadores e deputados ligados ao governo, e críticas duras por parte de parlamentares conservadores, que acusaram o Planalto de interferência e “blindagem” de aliados.

Polarização imediata nas redes sociais

Logo após a decisão, o nome de Frei Chico figurou entre os assuntos mais comentados nas redes sociais. Usuários identificados com a direita política celebraram a reprovação como “prova de que o governo teme investigação”, enquanto militantes e simpatizantes da esquerda classificaram o episódio como “mais uma tentativa frustrada de perseguição política”.

Analistas políticos apontam que a disputa em torno da CPMI do INSS ultrapassou o campo técnico da investigação e passou a ser usada como instrumento de disputa ideológica. “A convocação de Frei Chico se tornou um símbolo dessa tensão. Não é apenas sobre o INSS, mas sobre o embate entre narrativas”, afirmou o cientista político Pedro Serra, da Universidade de Brasília (UnB).

Entenda o contexto

Frei Chico é figura conhecida no meio sindical e esteve envolvido, durante as décadas de 1970 e 1980, em movimentos trabalhistas que marcaram o início da trajetória política de Lula. Apesar de não ocupar cargos públicos, seu nome tem sido citado por oposicionistas em discussões que envolvem o histórico de relações familiares e políticas do presidente.

A CPMI do INSS foi criada para investigar supostas fraudes e irregularidades em concessões de benefícios e pensões. A comissão tem prazo de funcionamento até dezembro, mas líderes partidários já admitem a possibilidade de prorrogação, diante da complexidade dos casos analisados.

Próximos passos

Após a rejeição do pedido, a oposição afirmou que deve apresentar novo requerimento para tentar incluir Frei Chico novamente na pauta. Já a base governista diz que o foco da CPMI deve permanecer “no aperfeiçoamento do sistema previdenciário e não em disputas políticas”.

Nos bastidores do Congresso, o episódio reforçou o clima de tensão entre os blocos políticos. Parlamentares avaliam que o caso ainda pode impactar debates sobre reformas e medidas econômicas que dependem da aprovação do Legislativo.

Reportagem: Redação do Blog Verdades Ocultas - BVO


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