Economia mantém ritmo moderado, impulsionada pelo agronegócio e serviços, mas analistas alertam para riscos fiscais e desaceleração global.
Brasília — O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil registrou crescimento acumulado de 3,2% nos últimos 12 meses, segundo dados divulgados nesta quarta-feira (16) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado reflete a continuidade do desempenho positivo de setores como agronegócio, serviços e indústria de transformação, além do impacto da manutenção do consumo das famílias, mesmo diante de juros ainda elevados.
De acordo com o levantamento, o setor de serviços segue como o principal motor da economia, responsável por mais de 70% do PIB nacional. O agronegócio, impulsionado por safras recordes de soja e milho, também teve papel determinante no resultado. Já a indústria apresentou desempenho desigual, com avanços pontuais em bens de consumo e recuos na produção de bens duráveis.
Inflação controlada e mercado de trabalho em alta
O crescimento vem acompanhado de um nível de inflação mais controlado, com o IPCA acumulado em torno de 4,5% no período. Isso tem contribuído para a melhora da confiança do consumidor e o aumento gradual do poder de compra. O mercado de trabalho também apresentou sinais positivos, com queda da taxa de desemprego e aumento do rendimento médio real dos trabalhadores.
Para o economista Ricardo Nogueira, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), “o desempenho do PIB indica que o Brasil entrou em uma trajetória de recuperação sustentada, embora ainda dependa fortemente da política fiscal e da confiança empresarial”.
Desafios e perspectivas
Apesar dos números favoráveis, analistas alertam que a economia brasileira deve enfrentar desafios no curto prazo, como o aumento das incertezas fiscais e a possível desaceleração global. A política monetária do Banco Central, que tem promovido cortes graduais na taxa Selic, ainda será determinante para o ritmo de expansão no próximo trimestre.
O Ministério da Fazenda mantém projeção de crescimento em torno de 2,8% para o fechamento de 2025, enquanto o Banco Central aponta para um avanço mais modesto, próximo de 2,3%. Ainda assim, o Brasil segue com desempenho acima da média de diversas economias emergentes, o que reforça a percepção de resiliência do país.
Nos bastidores, fontes do governo afirmam que o resultado reforça o discurso de estabilidade econômica da atual gestão e será usado como argumento político em debates sobre investimentos públicos e responsabilidade fiscal.
Reportagem: Redação do Blog Verdades Ocultas -BVO
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