Crescimento, emprego, salário mínimo e programas sociais tiram milhões da miséria e consolidam novo ciclo de inclusão
Dados recentes mostram que o Brasil alcançou os menores níveis de pobreza e extrema pobreza desde o início da série histórica do IBGE, em 2012, consolidando um novo patamar de inclusão social. Levantamentos indicam que cerca de 8,5 a 8,7 milhões de pessoas saíram da condição de pobreza em apenas um ano, com queda expressiva dos indicadores em quase todas as regiões, especialmente Norte e Nordeste.
Entre os principais fatores apontados estão a recuperação do emprego, a elevação real do salário mínimo e a retomada de programas de transferência de renda reconhecidos por sua eficácia. De acordo com o governo federal, a renda média do trabalho teve ganho real superior a 8%, com destaque para mulheres e trabalhadores de menor remuneração, o que contribuiu diretamente para reduzir a desigualdade de renda.
A Síntese de Indicadores Sociais 2024, do IBGE, mostra que a taxa de pobreza caiu de 31,6% para cerca de 27,4% da população em apenas um ano, ao passo que a extrema pobreza também recuou de forma significativa. Em números absolutos, isso significa milhões de brasileiros deixando para trás situações de fome crônica, insegurança alimentar severa e habitação precária.
Organismos internacionais e centros de pesquisa destacam que o resultado coloca o Brasil novamente como referência em políticas de combate à pobreza entre países em desenvolvimento. Relatórios destacam que a combinação entre crescimento econômico, fortalecimento de redes de proteção social e políticas de valorização do trabalho é determinante para esse avanço.
Especialistas alertam que, embora os números sejam positivos, o país ainda convive com níveis elevados de desigualdade, sobretudo quando recorte por raça, gênero e território é considerado. Populações negras, moradores de periferias urbanas e comunidades rurais seguem super-representados nas faixas de menor renda, exigindo políticas focalizadas e de longo prazo.
O governo federal afirma que pretende consolidar a tendência com novas estratégias de inclusão produtiva, ampliação de creches, investimento educacional e estímulo ao microcrédito. A lógica é combinar transferência de renda com oportunidades reais de trabalho decente, empreendedorismo e formação profissional.
Pesquisadores do Observatório Brasileiro das Desigualdades ressaltam que, sem os programas sociais ativos, a extrema pobreza poderia ser até três vezes maior, o que evidencia o papel decisivo dessas políticas na contenção de crises e na promoção de mobilidade social. Estudos de simulação apontam que choques como inflação de alimentos ou desemprego em alta teriam impacto devastador sem a rede de proteção atualmente em vigor.
A manutenção desse quadro favorável dependerá, segundo economistas, de estabilidade política, responsabilidade fiscal combinada com investimento social e capacidade de o país continuar gerando empregos de qualidade. Qualquer inflexão brusca nessas frentes pode reverter parte dos ganhos obtidos, tornando a consolidação das políticas de combate à pobreza um dos principais desafios estratégicos do Brasil na próxima década.
Fontes: Governo do Brasil – Secom, Brasil de Fato, Secom – MDS, IBGEibge

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