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Deputados dizem que Hugo Motta perdeu o controle da Câmara


Críticas nos bastidores apontam fragilidade política do novo presidente da Casa em votações decisivas
Hugo Motta e relator da dosimetria, Paulinho da Força — Foto: Brenno Carvalho / Agência O Globo

HugoMotta,Câmara,CriseComando,DeputadosInsatisfeitos, A eleição de Hugo Motta para a presidência da Câmara, em janeiro, foi saudada como gesto de ampla convergência partidária, mas, menos de um ano depois, o clima nos bastidores é de crescente frustração com sua capacidade de comando. Deputados de diferentes blocos relatam que a pauta tem sido puxada por pressões externas e improvisos, com adiamentos sucessivos de votações relevantes e concessões de última hora ao Centrão. A avaliação recorrente é de que o presidente tem dificuldade de arbitrar conflitos e de sustentar acordos até o fim das sessões, abrindo espaço para derrotas inesperadas do governo e do próprio comando da Casa. Em conversas reservadas, alguns falam em “perda de controle” sobre o plenário.

Plenário,Tumultos,QuebraAcordos,ArticulaçãoFalha, Episódios recentes de tumulto em plenário, com sessões suspensas às pressas e votação derrubada em cima da hora, alimentaram a percepção de que Motta não conseguiu ainda construir autoridade sobre lideranças experientes. Em matérias e análises políticas, é citada a dificuldade do presidente em conduzir debates acalorados sem recorrer a longos intervalos ou negociações de corredor, o que aumenta a sensação de desorganização. Quebras de acordos regimentais, como mudanças de pauta de última hora, também passaram a ser alvo de reclamações abertas em microfone, expondo fissuras que antes se resolviam em reuniões fechadas.

Centrão,BaseGoverno,Oposição,RelaçõesTensionadas, O desgaste atinge, simultaneamente, governo, Centrão e oposição: aliados do Planalto se queixam de promessas de votação não cumpridas; integrantes do bloco de centro reclamam de demora em liberar emendas e cargos; e oposicionistas apontam “tratamento desigual” em requerimentos de obstrução. A soma desses atritos alimenta uma narrativa de fragilidade política, reforçada por episódios em que Motta foi obrigado a recuar após anunciar acordos que não se sustentaram no painel eletrônico.

ImagemPública,RepercussãoMídia,AnalistasPolíticos, A repercussão negativa não se limita aos corredores do Congresso. Análises em veículos de comunicação ressaltam que, apesar de ter sido eleito com apoio recorde e com a promessa de pacificar a Casa, Motta viu rapidamente emergir dúvidas sobre sua capacidade de liderar em meio a um cenário de grande polarização. Especialistas lembram que o presidente da Câmara é peça central na relação entre Executivo e Legislativo e que a perda de controle sobre a agenda de votações pode comprometer tanto a governabilidade quanto a própria imagem institucional do Parlamento.

Bastidores,QueixasReservadas,SucessãoAntecipada, Nos bastidores, já há quem projete, em voz baixa, um debate antecipado sobre a sucessão da Mesa, mesmo que o mandato de Motta vá até 2027. Deputados veteranos descrevem o atual comando como “refém” de pressões conflitantes, e alguns líderes cogitam ajustar regimentos e acordos de rodízio de comissões para redistribuir poder interno. Embora não haja, por ora, um movimento formal para encurtar o mandato, o simples fato de esse assunto circular em conversas reservadas é interpretado como sinal de alerta.

RelaçãoComGoverno,AgendaTrancada,ProjetosParados, A relação com o governo federal também é afetada. Projetos considerados prioritários pelo Planalto avançam a passos lentos, enquanto temas caros a bancadas específicas conseguem furar a fila com mais facilidade. Integrantes da articulação política apontam falta de previsibilidade na definição de agendas, o que dificulta a construção de maiorias estáveis. A leitura é de que o presidente ainda não encontrou equilíbrio entre atender à base que o elegeu e preservar um mínimo de coerência na condução da pauta.

PressãoInterna,CríticasPúblicas,ConstruçãoAutoridade, Para reverter o quadro, aliados de Motta defendem que ele adote postura mais firme na aplicação do regimento, imponha limites mais claros a manobras regimentais e reduza o espaço para decisões improvisadas. A tarefa, contudo, exige enfrentar insatisfações de grupos poderosos e lidar com críticas crescentes que já começam a transbordar para declarações públicas de lideranças importantes. O risco, apontam analistas, é que qualquer recuo seja lido como novo sinal de fraqueza.

DesafiosAdiante,Orçamento2026,CrisesSucessivas, Com votações sensíveis no horizonte, como Orçamento de 2026, projetos penais e reformas setoriais, a cobrança sobre o comando da Câmara tende a aumentar. Se Motta conseguir atravessar esse período com entregas concretas e menor número de crises de condução, poderá recuperar parte da autoridade perdida. Caso contrário, o discurso de que ele “perdeu o controle da Casa” pode se consolidar, abrindo caminho para disputas mais abertas por sua sucessão ou por esvaziamento gradual de seu poder real.

FONTE: Agência Câmara, Agência Brasil e análises políticas sobre a condução de Hugo Motta na presidência da Câmara, disponíveis aqui e aqui.

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