Presidente critica uso do termo “prostituição” contra herdeiras do SBT e vincula episódio à luta contra o machismo e o feminicídio
Foto: Lourival Ribeiro/SBT e Rogerio Pallatta/SBT
Lula,FilhasSilvioSantos,ZezéCretinice, Lula saiu em defesa das filhas de Silvio Santos após o cantor Zezé di Camargo insinuar que elas estariam “prostituindo” o SBT ao receber o presidente, ministros e ministros do STF no lançamento do SBT News. Em entrevista, o sertanejo disse que a emissora, sob comando das herdeiras, “não honrava o legado” do pai, gerando forte reação. Ao comentar o caso, Lula foi direto: classificou o ataque como “cretinice” e afirmou que Zezé jamais teria coragem de fazer o mesmo tipo de agressão se as dirigentes fossem homens.
Machismo,ViolênciaSimbólica,Misoginia, Para o presidente, o uso do termo “prostituição” contra mulheres em posição de comando carrega carga histórica de violência simbólica e misoginia. Ao sexualizar decisões empresariais e editoriais, o discurso sugere que elas teriam vendido princípios em troca de benefícios políticos, reforçando estereótipos que há décadas são usados para desqualificar mulheres no poder. Lula vinculou o episódio à luta maior contra o feminicídio e a violência de gênero, lembrando que ataques verbais e simbólicos alimentam ambientes onde agressões físicas se tornam mais toleradas.
PrimeiraDamaJanja,RepercussãoRedes, A fala de Lula ecoa posicionamento anterior de Janja, que já havia acusado Zezé de misoginia ao comentar o vídeo. A primeira-dama destacou que a metáfora da “prostituição” é especialmente ofensiva quando dirigida a mulheres e reforça a cultura de objetificação e desrespeito. Nas redes sociais, influenciadoras, jornalistas e ativistas feministas se mobilizaram em defesa das herdeiras do SBT, criticando a naturalização de expressões que associam mulheres à mercadoria sexual para atacar suas decisões profissionais.
SBT,TransiçãoGeracional,Pressões, As filhas de Silvio Santos assumiram a gestão do grupo em um contexto de transição geracional e de reposicionamento da emissora em um mercado de mídia altamente competitivo. Buscam equilibrar entretenimento tradicional com jornalismo, plataformas digitais e novos formatos de conteúdo. O ataque de Zezé, dirigido diretamente à forma como conduzem o SBT, é interpretado por analistas como resistência à presença feminina em postos de comando e à abertura de espaços institucionais para figuras políticas que desagradam parte do público conservador.
LiberdadeExpressão,LimitesDiscursoÓdio, Embora reconheça a liberdade de opinião, Lula enfatizou que críticas a decisões empresariais não podem servir de pretexto para reproduzir ofensas com conteúdo machista e sexualizado. Especialistas em comunicação lembram que a liberdade de expressão não é salvo-conduto para discursos de ódio ou de discriminação. O episódio reacende o debate sobre a responsabilidade de figuras públicas, especialmente artistas com grande influência, em não reforçar estigmas e em contribuir para ambientes mais respeitosos no debate público.
DireitaCultural,Polarização,Reação, O caso também expõe a polarização político-cultural em torno dos veículos de comunicação. Parte da direita viu o evento do SBT com Lula e ministros do STF como aproximação “indevida” da emissora com o governo, o que motivou a reação de Zezé. Ao intervir no debate e defender as herdeiras, o presidente tenta se colocar ao lado de mulheres atacadas, sem entrar diretamente na disputa editorial da emissora. Ainda assim, o episódio tende a ser usado por adversários como exemplo de “politização” de conflitos culturais.
MachismoNaPolítica,Paralelos,Contexto, Lula aproveitou o tema para traçar paralelos com ataques machistas que atingem mulheres na política e na administração pública, desde prefeitas e governadoras até ministras e parlamentares. Lembrou que ofensas à honra, à aparência e à sexualidade são usadas para tentar deslegitimar a atuação feminina. Ao se solidarizar com as filhas de Silvio Santos, ele tenta sinalizar que o governo está comprometido com agendas de igualdade de gênero não apenas em leis, mas também no enfrentamento de comportamentos cotidianos.
SimbolismoEleições,AliançaComMulheres, Em ano pré-eleitoral, gestos como esse têm peso simbólico importante. A defesa pública de mulheres atacadas por figuras populares pode contribuir para aproximar o governo de eleitoras sensíveis a pautas de respeito e igualdade. Ao classificar o ataque como “cretinice” e vinculá-lo à luta contra o feminicídio, Lula aposta em alinhar discurso político com um sentimento social de intolerância crescente a violências de gênero, o que pode se refletir em apoio nas urnas.
FONTES: Veja, Gazeta do Povo, Brasil 247 e veículos de entretenimento e política que repercutiram o ataque de Zezé di Camargo e a reação de Lula e Janja em defesa das filhas de Silvio Santos.veja.abril
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