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Brasil Vive Encruzilhada Entre Crescimento, Inclusão Social e Crise Institucional

 
País combina avanço econômico e queda da pobreza com disputas duras entre Poderes e polarização permanente
Lula - Foto: Reprodução

O Brasil atravessa um momento de encruzilhada histórica: indicadores recentes apontam para crescimento econômico, queda da pobreza e redução da desigualdade, enquanto o sistema político enfrenta choques entre Executivo, Legislativo e Judiciário. De um lado, programas sociais reforçados, melhora do emprego e aumento real do salário mínimo puxam a renda das famílias mais pobres. De outro, disputas por orçamento, pautas de costumes e ataques a instituições mantêm o clima de tensão constante.

No cenário internacional, o país tenta recuperar protagonismo em agendas como clima, transição energética, combate à fome e defesa da democracia. A diplomacia brasileira tem buscado equilibrar relações com Estados Unidos, China, Europa e países do Sul Global, tentando ampliar mercados e atrair investimentos. Esse reposicionamento ocorre ao mesmo tempo em que o Brasil se apresenta como defensor de uma ordem multipolar.

Internamente, o governo aposta em grandes programas de infraestrutura, habitação, educação e reindustrialização verde para sustentar o ciclo de crescimento. Há foco em obras de rodovias, ferrovias, saneamento, energia limpa e fortalecimento da Petrobras como indutora de cadeias produtivas. A estratégia é gerar empregos, dinamizar regiões menos desenvolvidas e consolidar uma base social de apoio.

No entanto, o Congresso exerce forte poder sobre o Orçamento, por meio de emendas de relator, emendas impositivas e controle de fatias expressivas de recursos discricionários. Isso tem gerado atritos sobre o que o presidente chama de “sequestro” do Orçamento, com parlamentares direcionando verbas a redutos eleitorais em troca de apoio. A disputa por quem manda no dinheiro público é hoje um dos eixos centrais da política.

O Judiciário, em especial o STF, permanece no centro do debate ao julgar casos ligados ao 8 de janeiro, à Lava Jato, a Bolsonaro, à violência política e à própria lei de impeachment. Decisões recentes que reinterpretam regras antigas, limitam pedidos de impeachment contra ministros e punem omissões de autoridades de segurança reforçam a percepção de protagonismo judicial. Críticos falam em “ativismo”, enquanto apoiadores veem defesa do Estado de Direito.

A polarização segue viva, com bolsonarismo reorganizando forças em torno de novas lideranças, como Michelle Bolsonaro e aliados regionais, e o campo governista tentando manter frente ampla que vai da esquerda a setores de centro. Redes sociais amplificam conflitos, espalham desinformação e criam bolhas de opinião que dificultam consensos mínimos. Episódios de violência política e discurso de ódio ainda preocupam.

Ao mesmo tempo, a sociedade civil se mobiliza em torno de pautas como meio ambiente, direitos das mulheres, população negra, povos indígenas, diversidade e combate à fome. Movimentos sociais, ONGs e coletivos digitais pressionam governo e Congresso por respostas concretas, monitoram votações e organizam campanhas de opinião. Esse ativismo é parte da vitalidade democrática, mas também reflete frustrações acumuladas.

O desfecho dessa fase dependerá da capacidade das instituições de negociar saídas estáveis para temas como arcabouço fiscal, reforma tributária, marco do impeachment, regulação do trabalho digital e segurança pública. Se conseguir combinar crescimento com redução de tensões políticas, o Brasil pode consolidar um novo ciclo virtuoso. Caso contrário, o risco é de avanços econômicos convivendo com instabilidade crônica.

Fontes: Agência Brasil, IBGE, Ipea, Itamaraty, Fiocruz


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