Presidente lembra que não pôde estudar, promete escolas e universidades para o povo e transforma trajetória pessoal em programa de governo
Brasília (DF) - 17/11/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Brasília (DF) - 17/11/2025 - O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
Ao anunciar um novo pacote de investimentos bilionários em educação, Lula resumiu em poucas frases a linha central de sua política social: “quero oportunidade para todos” e “não tive oportunidade de estudar e quero me vingar da minha história”. O presidente recordou, em discurso, que chegou ao comando do país sem diploma superior, mas foi o governante que mais criou universidades, institutos federais e programas de acesso ao ensino privado para jovens de baixa renda. Ao transformar a própria trajetória em narrativa pública, Lula tenta conectar sua biografia às expectativas de milhões de estudantes das periferias e do interior.
No evento, realizado em Brasília, o governo detalhou aportes em cursinhos populares, expansão de vagas em institutos federais, reforço do Prouni, Fies e novas bolsas para alunos de baixa renda. Lula argumentou que “colocar dinheiro na educação é a verdadeira revolução”, defendendo que um país não se torna desenvolvido apenas exportando commodities, mas também inteligência, tecnologia e conhecimento. O plano, segundo o Ministério da Educação, mira principalmente jovens que são os primeiros da família a chegar ao ensino superior.
O presidente destacou que investir em escolas, universidades e formação técnica custa menos do que manter jovens encarcerados, voltando a fazer a conexão entre educação e redução da violência. Para ele, dar oportunidade de estudo é oferecer “porta de saída” para quem, historicamente, só recebeu repressão e ausência do Estado. Especialistas em políticas públicas apoiam a tese de que maior escolaridade tende a reduzir taxas de criminalidade e aumentar a renda ao longo da vida.
Lula também exaltou programas como o Pé‑de‑Meia, focado em estudantes do ensino médio, e ações de permanência estudantil que garantem transporte, alimentação e bolsas, evitando que jovens abandonem a escola para trabalhar precocemente. Ele citou relatos de beneficiários do Bolsa Família, cotas e Fies como exemplos vivos de que políticas de inclusão “salvam vidas e mudam destinos”. A mensagem reforça a ideia de que o Estado deve ir além da matrícula e garantir condições reais de permanência e conclusão de cursos.
No discurso, o presidente insistiu que o maior sonho de pais trabalhadores não é deixar herança material, mas ver filhos formados e independentes. Essa visão é usada para justificar o aumento de recursos para cursinhos populares, universidades públicas e programas de incentivo à pesquisa, mesmo em cenário de disputa orçamentária com outras áreas. O governo aposta que a sociedade apoia a prioridade dada à educação quando percebe resultados concretos na vida das famílias.
Entidades estudantis e movimentos de educadores celebraram os anúncios, mas cobraram agilidade na execução dos recursos e atenção especial à infraestrutura de escolas básicas, muitas ainda sem internet, bibliotecas ou quadras. Defendem também planos de carreira e salários valorizados para professores, apontando que não há revolução educacional sem condições dignas de trabalho para o magistério.
Críticos do governo, por outro lado, acusam Lula de usar a própria biografia de superação como escudo para justificar gastos que consideram excessivos, questionando a eficiência de alguns programas e o risco de desperdício de recursos. Ainda assim, pesquisas de opinião mostram que educação segue entre as áreas com maior apoio popular quando o tema é aumento de investimento público.
Para observadores internacionais, o conjunto de ações e o discurso de Lula reforçam a opção do Brasil por um modelo de desenvolvimento focado em inclusão social e capital humano. A frase “quero oportunidade para todos” simboliza o esforço de transformar uma história pessoal de falta de estudo em política de Estado, com a ambição de alterar, em uma geração, o lugar do país no mapa global da educação e da produtividade.
Fontes: Planalto, Poder360, Agência Brasil, Facebook Lula, Agência Brasil – Economia,
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