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Salários de Ramagem, Zambelli e Eduardo são suspensos, mas gabinetes seguem consumindo R$ 400 mil por mês


Decisão do STF atinge parlamentares bolsonaristas, mas estrutura administrativa continua ativa
Os deputados Alexandre Ramagem (PL-RJ), Carla Zambelli (PL-SP) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP) • Arte CNN/ Foto 1: Kayo Magalhães/Câmara dos Deputados / Foto 2: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados / Foto 3: Pablo Valadares/Câmara dos Deputados

A suspensão dos salários de Alexandre Ramagem, Carla Zambelli e Eduardo Bolsonaro, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, gerou novo terremoto no núcleo bolsonarista. Apesar do corte direto na remuneração dos três parlamentares, seus gabinetes permanecem funcionando normalmente, consumindo cerca de R$ 400 mil mensais em despesas e manutenção. O cenário provocou questionamentos sobre os limites da decisão e reacendeu debates sobre o peso financeiro da estrutura legislativa.

Segundo técnicos da Câmara e do Senado, a suspensão dos salários não implica, de forma automática, o fechamento dos gabinetes, que continuam obrigados a atender demandas, prestar informações e manter equipes internas. A medida preserva o funcionamento institucional, evitando que a punição ao parlamentar produza prejuízos administrativos à população que depende dos serviços legislativos. Essa justificativa, no entanto, não impediu críticas de apoiadores do trio.

Ramagem, que atualmente se encontra nos Estados Unidos, fez novos ataques ao ministro Alexandre de Moraes, afirmando que a decisão seria “mais uma arbitrariedade”. Zambelli, por sua vez, disse que recorrerá. Já Eduardo Bolsonaro afirmou que a suspensão representa “perseguição política”, mas evitou escalonar o discurso após aliados recomendarem cautela. O núcleo duro do bolsonarismo se mobiliza para transformar o caso em bandeira eleitoral.

Nos bastidores, líderes da oposição avaliam que a narrativa de “perseguição” tem perdido força à medida que investigações avançam e revelam indícios robustos de participação do grupo em ações antidemocráticas. A estratégia de atacar Moraes não tem produzido resultados práticos, mas mantém a base mobilizada nas redes. O STF, por sua vez, reforça que todas as decisões têm respaldo jurídico e são fundamentadas em fatos documentados.

A manutenção dos gabinetes, mesmo sem salários, também levantou questionamentos sobre o custo da máquina pública. Especialistas lembram que o problema não está na decisão judicial, mas no modelo caro e pouco transparente de funcionamento legislativo. Os R$ 400 mil mensais incluem assessores, serviços internos, estrutura técnica e outros gastos previstos por lei. Parlamentares de diferentes partidos defendem revisão ampla do sistema.

Enquanto isso, aliados de Ramagem, Zambelli e Eduardo tentam organizar reação pública, mas enfrentam desgaste crescente. A fuga de Ramagem para os EUA, vista como tentativa de evitar investigações, enfraqueceu sua narrativa. Já Carla Zambelli acumula desgaste após sucessivas polêmicas, enquanto Eduardo tem evitado confrontos diretos para não ampliar sua vulnerabilidade judicial.

Interlocutores do Congresso afirmam que a tendência é que o STF avance em novas medidas, especialmente se os investigados insistirem em descumprir determinações judiciais. A Corte busca evitar que parlamentares utilizem seus cargos como escudo para obstruir investigações e fomentar ataques às instituições. O caso se tornou emblemático por envolver três figuras centrais do bolsonarismo.

Com o núcleo bolsonarista pressionado por diferentes frentes, o impacto político da suspensão dos salários tende a crescer nos próximos meses. A oposição busca transformar o caso em alerta sobre os riscos de radicalização antidemocrática, enquanto o bolsonarismo tenta sustentar narrativa de vitimização. A conjuntura mostra que a disputa está longe do fim e que novas decisões judiciais devem elevar ainda mais a temperatura política.

Fontes:
• G1
• Estadão



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