VTR

6/recent/ticker-posts

Câmara cassa mandatos de Ramagem e Eduardo Bolsonaro e impõe derrota histórica ao bolsonarismo


Decisão da Mesa Diretora atende STF, pune faltas e abre espaço para novos nomes em meio à crise da extrema direita
Vinícius Schmidt/Metrópoles

MesaDiretora,Cassação,RamagemEduardo, A Mesa Diretora da Câmara dos Deputados decidiu cassar, em ato administrativo, os mandatos de Alexandre Ramagem (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP), selando uma derrota histórica para o núcleo político mais próximo do ex-presidente Jair Bolsonaro. As decisões foram publicadas no Diário Oficial da Câmara e assinadas por Hugo Motta e demais integrantes da Mesa, dispensando votação em plenário. O gesto simboliza o esgotamento da paciência institucional com parlamentares ligados diretamente à trama golpista e à agenda de confronto com o STF.

FundamentosJurídicos,FaltasECondenação, No caso de Eduardo Bolsonaro, o fundamento foi o excesso de faltas não justificadas a sessões deliberativas, já acima do limite de um terço previsto na Constituição para perda de mandato. O deputado passou longos períodos fora do país, mesmo após a prisão do pai, e praticamente se ausentou da rotina legislativa. Já Ramagem teve o mandato cassado em cumprimento direto à decisão do STF que o condenou a 16 anos de prisão por participação na trama golpista, com determinação expressa de perda do cargo eletivo, o que tornava sua permanência juridicamente insustentável.

RamagemForagido,EduardoAusente,Desgaste, A situação de ambos já era politicamente delicada: Ramagem está foragido nos Estados Unidos, após o Supremo autorizar pedido de extradição, enquanto Eduardo vinha se afastando da Câmara, mesmo antes da cassação, e concentrando energia em discursos externos e redes sociais. A combinação de foragido e “fantasma” parlamentar aumentava o desgaste da instituição, pressionada por sociedade civil e imprensa a agir. Ao cortar de vez os dois mandatos, a Mesa tenta mostrar que não aceitará conviver com representantes que, na prática, abandonaram a função.

SuplentesAssumem,ReconfiguraçãoPL,Bancada, Com a decisão, assumem as vagas os suplentes Missionário José Olímpio (PL-SP) e Dr. Flávio (PL-RJ), nomes menos conhecidos nacionalmente, mas vistos internamente como mais focados na rotina legislativa do que em embates de alta voltagem. Isso muda o peso político da bancada bolsonarista, que perde dois de seus rostos mais emblemáticos e ganha representantes com perfil mais local. O PL, por sua vez, terá de reorganizar espaços em comissões e estratégias de comunicação sem a presença diária de Eduardo e Ramagem no plenário.

ReaçãoBolsonarista,Vitimização,Discurso, A reação do campo bolsonarista foi imediata, com acusações de perseguição e de “dois pesos e duas medidas” em relação a outros parlamentares faltosos. Aliados alegam que a cassação por ato da Mesa, sem plenário, seria artifício para evitar constrangimentos e dar verniz técnico a uma decisão política. Nas redes, influenciadores tratam Eduardo e Ramagem como mártires, prometendo levá-los de volta ao Congresso “nos braços do povo” em futuras eleições, apesar dos obstáculos jurídicos que se acumulam no caminho.

RespostaInstitucional,BlindagemCâmara,Imagem, Do outro lado, a Câmara tenta vender a decisão como resposta institucional necessária em um momento de forte cobrança por responsabilização de golpistas. A cassação é apresentada como cumprimento estrito da Constituição e das decisões do STF, sem perseguição pessoal. Ao agir, a Mesa busca blindar a imagem da Casa de acusações de conivência com a trama golpista e de tolerância com faltas reiteradas, em um contexto em que a confiança da população nos parlamentares segue abalada.

ImpactoNoBolsonarismo,PerdaTrincheiras, Politicamente, a perda dos mandatos retira do bolsonarismo duas trincheiras importantes no Legislativo. Eduardo, herdeiro direto do capital político do pai, era peça central na articulação com a base radical e na disseminação de narrativas contra o STF; Ramagem, ex-chefe da Abin, foi convertido em símbolo de suposta “perseguição” a policiais e militares. Sem a visibilidade que o mandato garante, ambos tendem a depender ainda mais de redes sociais e de aliados que permaneçam com foro e microfone.

SinalPara2026,LimitesDoConfronto, A cassação também funciona como aviso para 2026: o sistema político começa a desenhar limites mais claros para a convivência com atores que apostam em confronto frontal com a ordem democrática. Ao mostrar que mandatos podem ser perdidos por faltas e por condenações ligadas a golpe de Estado, a Câmara envia recado a atuais e futuros parlamentares sobre o custo de ultrapassar certas linhas. O episódio entra para a história como um dos momentos mais duros da relação entre o bolsonarismo e as instituições.

FONTES: G1, Agência Brasil, Câmara dos Deputados, BandNews FM e IstoÉ, com informações sobre o ato da Mesa Diretora que cassou os mandatos de Alexandre Ramagem e Eduardo Bolsonaro.globo



Este conteúdo segue nosso Manifesto Editorial .
Reactions
Este conteúdo segue nosso Manifesto Editorial — compromisso com a verdade e o jornalismo responsável.

Postar um comentário

0 Comentários