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O preço da misoginia: emissoras de TV se unem contra ataque de Zezé di Camargo às filhas de Silvio Santos

Foto: Reprodução/Instagram @zezedicamargo

ZezéDiCamargo,Misoginia,EmissorasReagem, A declaração de Zezé di Camargo insinuando que as filhas de Silvio Santos estariam “prostituindo” o SBT ao receber Lula e ministros no lançamento do SBT News provocou reação inédita de grandes emissoras de TV. Dirigentes de canais abertos e fechados passaram a articular uma campanha conjunta em defesa de mulheres em cargos de comando na mídia, diante da repercussão negativa do termo usado pelo cantor. A avaliação é que o episódio ultrapassou o limite da crítica política e entrou no terreno da misoginia explícita.

SBT,TransiçãoGeracional,PressãoPública, As herdeiras de Silvio Santos comandam um processo delicado de transição geracional, tentando reposicionar o SBT em um mercado em que audiência se fragmenta entre plataformas digitais e streaming. A abertura do canal para diálogos com diferentes forças políticas, incluindo o governo e o Judiciário, é vista por analistas como movimento de sobrevivência empresarial e editorial. Ao acusá-las de “prostituir” a emissora, Zezé não apenas desqualificou escolhas estratégicas, mas também sexualizou o debate, ligando decisões profissionais à ideia de venda de corpo ou honra.

LulaJanja,RepúdioPúblico,DimensãoPolítica, A fala foi condenada por Lula, que a classificou como “cretinice”, e por Janja, que apontou o caráter misógino e violento da metáfora. Ao se posicionarem, o presidente e a primeira-dama deram dimensão política a um ataque inicialmente enquadrado como polêmica de celebridades. Isso ajudou a deslocar o foco do alinhamento editorial do SBT com o governo para a discussão mais ampla sobre respeito às mulheres em posições de liderança, algo caro a boa parte da audiência feminina de TV aberta.

CampanhaConjunta,MulheresNoComando,Compromissos, Emissoras concorrentes viram na crise uma oportunidade de marcar posição institucional em defesa de ambientes de trabalho mais seguros para mulheres. Executivos discutem veicular peças publicitárias e quadros especiais exaltando lideranças femininas em redações, conselhos e diretorias, além de reforçar políticas internas de combate a assédio e linguagem discriminatória. Há também conversas com associações de anunciantes, que temem ver marcas associadas a discursos de ódio de gênero.

MercadoPublicitário,RiscoImagem,Boicotes, Agências de publicidade alertam que falas como a de Zezé podem gerar boicotes organizados, especialmente em redes sociais, contra artistas, programas e empresas que pareçam compactuar com esse tipo de discurso. Em um ambiente em que reputação é ativo crucial, veículos tendem a se alinhar a valores de diversidade e inclusão para não perder contratos. Artistas e influencers que insistirem em retórica misógina podem ver agendas esvaziarem, patrocínios sumirem e convites rarearem.

DireitaCultural,Polarização,ContraAtaque, Parte da direita cultural tentou enquadrar a reação das emissoras e de Lula como censura ou “lacração”, argumentando que o cantor apenas expressou opinião sobre rumos editoriais do SBT. No entanto, a escolha de palavras e a associação direta a “prostituição” fragilizam essa defesa. A controvérsia escancara a dificuldade de alguns setores em criticar decisões de mulheres sem recorrer a ataques misóginos, o que enfraquece politicamente suas próprias posições.

MulheresNaMídia,RelatosDeBastidor,Desabafo, O caso também estimulou jornalistas, produtoras e executivas a compartilharem relatos de bastidor sobre assédios, piadas e comentários sexistas sofridos ao longo da carreira. Muitos depoimentos reforçam a ideia de que, mesmo em ambientes modernos e conectados, a cultura de desqualificar mulheres por meio de insinuações sexuais continua presente. A união das emissoras contra a fala de Zezé é vista por essas profissionais como chance de avançar políticas mais firmes de prevenção e punição a comportamentos abusivos.

CustoPolíticoECultural,Aprendizado,PróximosPassos, O preço da misoginia tende a ser cada vez mais alto em termos de imagem, contratos e espaço de fala. Ao delimitar publicamente que certas metáforas não serão toleradas, emissoras, anunciantes e figuras políticas sinalizam um novo patamar de exigência ética. Se a campanha conjunta prosperar, o episódio pode ser lembrado no futuro como divisor de águas na forma como a mídia lida com ataques misóginos a mulheres no comando, impondo custos concretos a quem insiste em reproduzi-los.

FONTES: Veja, Gazeta do Povo, Brasil 247, colunas de TV e bastidores de emissoras que repercutiram o ataque de Zezé di Camargo e a reação do SBT, de Lula, de Janja e de outros canais de televisão.veja.abril


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