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Imprensa internacional vê cassação de Eduardo Bolsonaro como punição a “lobby prolongado” nos EUA

 Veículos destacam excesso de faltas, pressão sobre instituições brasileiras e enfraquecimento do bolsonarismo no Congresso
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Carolina Antunes/PR e Marcelo Camargo/Agência B

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ImprensaInternacional,CassaçãoEduardo,LobbyEUA, A decisão da Mesa Diretora da Câmara de cassar o mandato de Eduardo Bolsonaro repercutiu amplamente na imprensa internacional, que ligou diretamente a perda do cargo ao acúmulo de faltas enquanto o deputado permanecia nos Estados Unidos fazendo lobby em defesa do pai. Veículos estrangeiros destacaram que ele ultrapassou o limite constitucional de ausências permitido, mesmo após o fim da licença oficial, em um contexto em que Jair Bolsonaro já cumpria pena superior a 27 anos de prisão pela trama golpista.

Bloomberg,LobbyWashington,Sanções, A Bloomberg destacou que o “Congresso brasileiro expulsa filho de Bolsonaro que passou meses fazendo lobby em Washington”, ressaltando que Eduardo ficou ausente por tempo demais depois do fim de sua licença, buscando apoio de políticos norte-americanos para pressionar instituições brasileiras. A agência lembrou que esse lobby chegou a influenciar medidas como tarifas sobre produtos brasileiros e a tentativa de incluir Alexandre de Moraes na lista de sanções da Lei Magnitsky, ainda que parte dessas iniciativas tenha sido revertida posteriormente.

ABCNews,AFP,EFE,GolpeResponsabilização, A ABC News tratou a cassação como “mais um golpe” contra o líder de extrema direita Jair Bolsonaro, conectando a perda do mandato de Eduardo e de Alexandre Ramagem a um ciclo de responsabilização política e judicial pós-golpe. Já AFP e EFE enfatizaram o aspecto jurídico da decisão, explicando que a queda do deputado decorreu formalmente do excesso de faltas, mesmo que sua atuação política nos EUA fosse pano de fundo central nas análises sobre o caso.

ImprensaLatina,DW,AusênciaTrabalho, Jornais como El País e La Nación ressaltaram que Eduardo extrapolou o limite legal de ausências enquanto atuava nos EUA para defender sanções contra autoridades brasileiras, descrevendo-o como um parlamentar que abandonou o mandato para fazer lobby externo. A emissora alemã DW resumiu o quadro dizendo que ele “não comparece ao trabalho desde fevereiro para fazer lobby nos Estados Unidos em favor da liberdade de seu pai”, sublinhando o contraste entre a função de deputado e a agenda internacional adotada.

ReaçãoEduardo,LobbyComoMedalha, Após a cassação, Eduardo Bolsonaro afirmou nas redes que sua ida aos EUA “valeu muito a pena” por trazer “consequências reais” a autoridades brasileiras, tratando as sanções buscadas como conquista política. Disse ainda que a decisão da Câmara seria, para ele, uma “medalha de honra”, insistindo que apenas cumpriu o que seus eleitores esperavam e sugerindo que a história “ainda não acabou”, em tom de desafio às instituições que o puniram.

ProcedimentoCâmara,AtoMesa,Artigo55, A imprensa estrangeira também registrou o aspecto institucional da decisão: a cassação foi formalizada por ato administrativo da Mesa Diretora, assinado por Hugo Motta e outros integrantes, com base no artigo 55 da Constituição, que prevê perda automática do mandato por faltas superiores a um terço das sessões. Não houve votação em plenário, o que foi lido como sinal de que a Câmara quis agir de forma rápida e técnica diante da evidência objetiva das ausências.

ContextoJudicial,InvestigaçõesSTF, As reportagens lembram que Eduardo segue investigado no STF por suspeita de tentar coagir o Judiciário e articular, em solo norte‑americano, sanções contra autoridades brasileiras, incluindo ministros da Corte. Esse pano de fundo faz com que a cassação não seja vista apenas como punição administrativa por faltas, mas como parte de um processo mais amplo de reação institucional ao bolsonarismo e às investidas contra a democracia.

Suplência,MissãoJoséOlímpio,Desdobramentos, Com a declaração de vacância, assume a vaga o suplente Missionário José Olímpio (PL‑SP), mudança notada pela imprensa como mais um sinal de enfraquecimento do núcleo familiar de Bolsonaro no Congresso. Para observadores estrangeiros, a saída de Eduardo encerra uma fase em que ele atuava como principal ponte internacional do bolsonarismo, e abre espaço para avaliar se o lobby externo terá efeitos duradouros ou ficará marcado apenas como episódio que acelerou sua queda política.globol

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