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“Brasil está pronto para acabar com a escala 6x1”, defende Lula


Presidente diz que economia aguenta jornada mais justa, cobra proposta dos sindicatos e promete enviar texto ao Congresso
O presidente Lula durante a COP30 em Belém - 19/11/2025 (Foto: REUTERS/Adriano Machado)

Lula,FimEscala6x1,TrabalhoDigno, Lula afirmou que o Brasil “está pronto” para pôr fim à escala de trabalho 6x1 – seis dias seguidos de serviço para apenas um de descanso – e defendeu que o país avance para jornadas mais humanas e compatíveis com os ganhos de produtividade das últimas décadas. Segundo ele, não existe “um único argumento consistente” que justifique manter trabalhadores em um modelo tão extenuante, em especial nas áreas de comércio e serviços, que há anos operam com margens ampliadas por tecnologia e organização logística.

CondiçõesEconômicas,SustentaçãoMudança, Na avaliação do presidente, a combinação de desemprego em baixa, renda em alta e maior formalização dá base econômica para uma transição gradual rumo a novos arranjos de jornada. Lula argumenta que empresas já se beneficiam de automação, softwares de gestão e ganhos de escala que permitem distribuir melhor turnos, sem perda significativa de produtividade. Para ele, resistências empresariais estariam mais ligadas a cultura de exploração do que a limitações reais da atividade econômica.

HistóricoLutasSindicais,Jornada40Horas, Lula lembrou que o debate sobre redução da jornada não é novo e resgatou a luta sindical pela adoção da semana de 40 horas, que ganhou força nos anos 1980 e 1990. Destacou que, de lá para cá, o avanço tecnológico só reforçou a viabilidade de jornadas menores, sem comprometer produção. Ao vincular o fim da escala 6x1 a essa trajetória histórica, o presidente tenta mostrar que a pauta é parte de um projeto de longo prazo de civilização das relações de trabalho, e não capricho de momento eleitoral.

PapelDosSindicatos,PropostaFormal,Compromisso, Apesar do tom enfático, Lula condicionou o envio de um projeto ao Congresso à apresentação de uma proposta formal pelos sindicatos e conselhos de participação social. Disse que não pretende “legislar de cima para baixo” e quer que a iniciativa seja construída “de baixo para cima”, a partir das bases trabalhadoras. Afirmou que, uma vez consolidado um texto nesses espaços, o governo se comprometerá a abraçar a ideia e transformá-la em projeto de lei ou emenda, assumindo a briga no Parlamento.

ImpactosEsperados,SaúdeQualidadeVida, Defensores do fim da escala 6x1 apontam que jornadas extenuantes estão diretamente ligadas ao aumento de doenças mentais, acidentes de trabalho e adoecimento físico, especialmente em atividades que exigem longos períodos em pé ou em ambientes de alta pressão. Um dia a mais de descanso ou arranjos de escala mais equilibrados poderiam reduzir afastamentos, melhorar qualidade de vida e até ampliar a produtividade média, ao manter trabalhadores mais saudáveis e engajados.

ResistênciaEmpresarial,ArgumentosContra, Do lado empresarial, entidades setoriais alertam que mudanças bruscas podem pressionar custos, especialmente em segmentos de baixa margem e intensa competição, como varejo físico e pequenos serviços. Argumentam que será preciso discutir compensações, transições graduais e eventuais incentivos fiscais para evitar demissões ou repasses abruptos de custos aos consumidores. Lula reconhece que haverá negociação dura, mas insiste que o debate não pode mais ser adiado indefinidamente.

Congresso,CorrelaçãoDeForças,Debate, A aprovação de qualquer mudança dependerá de correlação de forças no Congresso, onde bancadas empresariais e do agronegócio costumam ser reticentes a ampliar direitos trabalhistas. Mesmo assim, o tema já aparece em projetos de lei em tramitação, alguns com apoio do governo. A discussão tende a ganhar corpo em 2026, quando pautas de bem-estar e equilíbrio entre vida pessoal e trabalho podem ter apelo especial entre jovens e trabalhadores urbanos.

AgendaDeFuturo,NarrativaSocial,2026, Ao colocar o fim da escala 6x1 na mesa, Lula acrescenta mais um elemento à narrativa de que seu governo busca “atualizar” o pacto trabalhista brasileiro para o século 21. A pauta dialoga com segmentos urbanos, jovens e setores organizados que veem no tempo livre um componente essencial de qualidade de vida. Se vingar politicamente, a proposta pode virar bandeira central da campanha à reeleição, contrastando com discursos que priorizam apenas flexibilização e desregulamentação de direitos.

FONTES: Brasil 247, Folha de S.Paulo, TVT News e portais especializados em trabalho e economia, com falas de Lula sobre o fim da escala 6x1 e análises sobre a viabilidade da mudança.brasil247



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