Dinheiro foi encontrado durante operação Galho Fraco e será periciado para rastrear origem em meio a suspeitas de desvio de cota parlamentar
Cerca de R$400 mil em espécie é apreendido na casa do deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) -
PF,ApreensãoDinheiro,Sóstenes, A Polícia Federal apreendeu mais de R$ 400 mil em espécie na residência do deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) durante a operação Galho Fraco, que investiga desvio de recursos da cota parlamentar. Imagens divulgadas pelos investigadores mostram maços de notas organizados em gavetas e compartimentos da casa, ao lado de documentos e equipamentos eletrônicos. O volume de dinheiro vivo, considerado incomum para um parlamentar que recebe por meios bancários, reforçou suspeitas de ocultação de valores ligados ao esquema.
OperaçãoGalhoFraco,RentACar,Contexto, A diligência faz parte de um desdobramento da operação Rent a Car, deflagrada um ano antes para apurar contratos suspeitos de locação de veículos por gabinetes de deputados. Segundo a PF, Sóstenes e Carlos Jordy são suspeitos de destinar verbas da cota parlamentar a empresas de fachada, que depois “devolviam” parte dos recursos em dinheiro ou em transferências indiretas. A apreensão na casa de Sóstenes é vista como possível elo entre pagamentos formalmente registrados e recursos não declarados.

Dinheiro estava guardado em sacos de lixo — Foto: Divulgação
PeríciaNotas,RastreamentoOrigem,Procedimentos, O dinheiro apreendido será submetido a perícia para identificar numeração das cédulas, eventuais vestígios físicos e associação com operações bancárias recentes. Investigadores querem saber se houve saques próximos às datas de pagamento de contratos suspeitos ou transferências entre contas de assessores e do próprio deputado. A análise buscará vincular o montante a fluxos específicos da cota parlamentar, o que fortaleceria a tese de que se trata de produto de peculato e lavagem de dinheiro.
DefesaDeputado,ExplicaçõesEsperadas,Discurso, A defesa de Sóstenes terá de explicar à PF e ao STF a origem dos mais de R$ 400 mil, apresentando comprovantes de rendimentos, atividades empresariais ou movimentações justificáveis. Até o momento, o deputado tem evitado detalhar publicamente de onde veio o dinheiro, limitando-se a dizer que confia na Justiça e que não cometeu ilegalidades. Sem uma narrativa convincente e documentada, o valor em espécie tende a pesar como indício forte de irregularidade perante a opinião pública e os tribunais.
| Dinheiro apreendido na casa do deputado Sóstenes Cavalcante, em Brasília — Foto: Divulgação/PF |
ComparaçãoRendaOficial,Incompatibilidade, Um dos pontos centrais da investigação será comparar o patrimônio e a renda oficial declarados por Sóstenes com a posse de quantias relevantes em dinheiro vivo. A prática de manter grandes valores fora do sistema bancário é vista por órgãos de controle como atípica e, muitas vezes, ligada a esquemas que buscam driblar rastreamento automático. Se a PF comprovar incompatibilidade gritante entre o fluxo financeiro formal e o montante encontrado, o caso pode evoluir rapidamente para denúncia.
ImpactoPolítico,ImagemReligiosa,Contraste, O episódio ganha ainda mais repercussão pelo fato de Sóstenes ser uma das principais lideranças da bancada evangélica, conhecida por discurso conservador e de defesa da moralidade. A imagem de um deputado religioso com centenas de milhares de reais em dinheiro vivo em casa produz forte contraste simbólico. Adversários já exploram o caso para questionar a coerência entre a retórica de combate à corrupção e a prática revelada pelas operações policiais.
| Dinheiro apreendido durante a Operação Galho Fraco — Foto: Divulgação |
PLEvangélicos,DesgasteBaseConservadora, No PL e em círculos religiosos, a apreensão é motivo de constrangimento. Pastores e aliados temem que o escândalo respingue em igrejas e em movimentos que usam Sóstenes como referência política. Em ano pré-eleitoral, isso pode afetar a capacidade de mobilização de bases conservadoras, especialmente se o deputado se tornar réu ou vier a ser alvo de pedido de cassação no Conselho de Ética da Câmara.
Desdobramentos,MedidasFuturas,PossívelDenúncia, A PF deverá anexar o resultado da perícia às demais provas da Galho Fraco, incluindo quebras de sigilo e movimentações de assessores. Se o conjunto indicar origem ilícita do dinheiro, a Procuradoria-Geral da República pode oferecer denúncia por peculato, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Além da esfera penal, o caso pode abrir caminho para ações de improbidade e processos internos na Câmara, com potencial de suspender direitos políticos de Sóstenes por anos.
FONTES: CNN Brasil, R7, Brasil 247, Gazeta do Povo e relatórios da PF sobre a operação Galho Fraco e a apreensão de dinheiro na casa de Sóstenes Cavalcante.cnnbrasil
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