Delator afirma que provas apreendidas pela PF na 13ª Vara de Curitiba expõem esquema de arapongagem ilegal comandado pelo ex-juiz
Tony Garcia e Sérgio Moro (Foto: Reprodução/TV 247 | Agência Brasil) |
TonyGarcia,RepúblicaDeCuritiba,MoroNaCadeia, Em nova entrevista, o ex-deputado estadual e delator Tony Garcia voltou a acusar Sergio Moro e a chamada “República de Curitiba” de comandarem um aparato clandestino de espionagem e chantagem contra autoridades, e afirmou que “Moro e toda a República de Curitiba vão terminar na cadeia”. Segundo ele, os documentos, relatórios e mídias apreendidos pela Polícia Federal na 13ª Vara Federal de Curitiba não deixam dúvidas de que o ex-juiz montou, durante quase duas décadas, um sistema ilegal de coleta de informações e pressão política.
Arapongagem,EscutasIlegais,AutoridadesComForo, Garcia sustenta que as provas encontradas na Vara confirmam o que ele denuncia há anos: que Moro autorizou e comandou escutas ilegais contra autoridades com foro privilegiado, algo que um juiz de primeira instância não poderia fazer. Relatórios de inteligência, transcrições de áudios e registros de conversas mostram, segundo o delator, que desembargadores do TRF-4, o então presidente do Tribunal de Contas do Paraná e diversos políticos foram monitorados sem autorização dos tribunais superiores, numa prática que ele compara a “Estado policial”.
Delator,MissõesSecretas,RelatóriosParaMoro, Tony Garcia lembra que sua delação, firmada ainda em 2004, foi usada como instrumento para que ele próprio atuasse como agente infiltrado a serviço de Moro, realizando gravações telefônicas e ambientais em gabinetes, escritórios e encontros privados. Ele conta que um policial federal era destacado como seu “secretário”, ajudando a organizar o material, que depois era entregue diretamente ao então juiz. Boa parte desses áudios e relatórios, porém, nunca foi juntada aos autos, ficando guardada em gavetas da Vara, o que reforça a acusação de uso político das informações.
BatomNaCueca,CaixaPreta13ªVara, Para o delator, a apreensão feita pela PF na 13ª Vara representa o “batom na cueca” de Moro, pois comprovaria de forma documental que o ex-juiz mentiu ao negar a existência de escutas ilegais contra autoridades com foro. Garcia afirma que o material é apenas “o fiozinho do novelo” e que, a partir dele, novas investigações podem revelar toda a extensão do esquema. Ele descreve o acervo apreendido como uma “caixa preta” capaz de reconstituir, passo a passo, como a Lava Jato teria extrapolado seus limites legais.
CrimesContinuados,LavaJato,Quadrilha, Na entrevista, Tony acusa Moro, Deltan Dallagnol, Carlos Fernando, Januário Paludo e outros integrantes da força-tarefa de cometerem “crimes continuados” ao longo de quase 20 anos, usando o aparato judicial para perseguir adversários políticos, especialmente do PT. Segundo ele, as provas mostram que delações foram manipuladas, provas foram selecionadas e vazamentos foram usados para pressionar réus e atingir figuras como Lula, Dilma Rousseff, José Dirceu e parlamentares. Garcia chega a chamar os ex-integrantes da operação de “quadrilha”.
ImpactoPolítico,ReaçãoDefesa,MoroPressionado, As declarações reforçam a pressão sobre Sergio Moro em meio a investigações sobre sua atuação como juiz e a possibilidade de abertura de ações penais na Justiça comum. A defesa do ex-ministro da Justiça nega as acusações, diz que Garcia não tem credibilidade e que eventuais documentos apreendidos precisam ser periciados e contextualizados. Ainda assim, o avanço das apurações e o teor dos relatos alimentam a percepção de que o ex-juiz passou a ser alvo de um cerco jurídico semelhante ao que ele próprio impôs a outros no auge da Lava Jato.
DesconstruçãoNarrativaLavaJato,RevisãoHistórica, As revelações de Tony Garcia e as apreensões da PF se somam a uma série de decisões recentes do STF que apontaram parcialidade de Moro e anularam condenações da Lava Jato, contribuindo para uma revisitação crítica daquele período. O processo de desconstrução da narrativa de combate exemplar à corrupção dá lugar a um quadro em que a operação passa a ser vista, por muitos, como instrumento político. A eventual responsabilização penal de seus protagonistas marcaria um giro simbólico profundo na história recente do país.
ProjeçõesFuturas,PossívelCondenação,MoroEmXeque, Perguntado sobre o que espera das investigações, Tony Garcia diz acreditar que, “mais cedo ou mais tarde”, Moro será denunciado e condenado por abuso de autoridade, violação de sigilo e outros crimes correlatos. Na avaliação de juristas críticos à Lava Jato, se o conjunto de provas apreendidas confirmar a versão do delator, o ex-juiz corre risco real de enfrentar ações criminais robustas. Esse cenário teria desdobramentos diretos sobre sua carreira política e sobre o legado da operação que o projetou nacionalmente.
FONTES: Brasil 247, Revista Fórum, Agência Sindsep e vídeos de entrevistas com Tony Garcia sobre escutas ilegais e o acervo apreendido na 13ª Vara Federal de Curitiba.brasil247+2
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